Girl Power no
UCM!
Depois
do chocante “Vingadores: Guerra Infinita”, do divertido “Homem-Formiga e a
Vespa” e do superfenômeno cultural “Pantera Negra”, estreou na última quinta-feira, 07/03,
nos cinemas nacionais o mais recente filme da “Casa das Ideias”: CAPITÃ MARVEL.
Ambientado
na década de 1990, o filme conta a história de como Carol Danvers (Brie Larson)
se tornou uma das heroínas mais poderosas do Universo Cinematográfico Marvel
(UCM). Em sua jornada, Carol é acompanhada pelo já conhecido – porém rejuvenescido – agente da S.H.I.E.L.D
Nick Fury (Samuel L. Jackson), sua melhor amiga, Monica Rambeau (Akira Akbar),
e Goose, um gato alienígena, que a ajudam na batalha entre duas raças alienígenas.
Apesar
do longa ser um marco para a história do UCM – por ser o primeiro protagonizado
por uma super-heroína –, é certo dizer que ele não chega a ter a relevância cultural
que teve, por exemplo, “Pantera Negra”. Mesmo com todo potencial para isso,
CAPITÃ MARVEL parece não gerar tanta comoção quanto a história do rei de
Wakanda, que chegou a motivar vários atores e atrizes hollywoodianos a
comprarem ingressos para crianças negras carentes assistirem ao filme.
Por
outro lado, mesmo não causando esse tipo de impacto (pelo menos não neste fim
de semana de estreia), a introdução de Carol Danvers ao MCU não deixa a desejar
quando o assunto é representatividade feminina. O longa tem todo potencial para
ser considerado um símbolo da luta feminista e também para servir de material
de conscientização de causa, pois o discurso está lá, sútil e suave, mais evidente
em certos momentos e nas entrelinhas em outros, assim como em “Pantera Negra”.
Se
o fato de ser o primeiro filme do UCM com uma super-heroína encabeçando o
elenco já incomodava e gerava protestos sem fundamento por parte do público – como
diminuir a nota do filme em sites de crítica, por exemplo –, é de se imaginar o
que essas mesmas pessoas sentirão ao ver uma mulher crescer apesar de todos que
a diminuíam (dentro e fora das telas), se tornar mais poderosa do que heróis já
conhecidos e tão ter que provar nada para ninguém.
Mesmo
assim, e apesar de carregar um discurso tão relevante e atual, o longa está
longe de ser o melhor do estúdio. Com um roteiro por vezes confuso e previsível
e uma direção pouco assertiva, é seguro dizer que está longe de ultrapassar a
média de outros filmes que introduziram outros super-heróis ao mesmo universo.
Na verdade, toda a estética do filme parece ser “chupada” de outros títulos do
estúdio, com destaque para a tentativa de emplacar uma trilha sonora tão boa quanto
a de “Guardiões da Galáxia”.
Um
dos aspectos mais aguardados pelos fãs era a nostalgia que um filme que se
passa há pouco mais de 20 anos poderia causar, porém, apesar da referência à
Blockbuster (maior rede de videolocadoras do mundo na época), que é uma das
maiores do filme e já constava nos trailers, pode-se dizer que a direção de
arte chega a ser um pouco genérica e esse quesito quase passa batido, não fosse
por alguns sons que vivem no inconsciente digital coletivo.
A
sensação ao terminar de assistir ao filme é de que conhecemos quem de fato é a
personagem título, em todas as suas nuances, e em boa parte isso se dá à atuação
de Brie Larson, mas, para além das dúvidas que já tínhamos após o fim devastador
de “Vingadores: Guerra Infinita”, saímos do cinema com algumas a mais. E falando
em atuação, a Carol Danvers de Brie pode ser descrita como uma heroína-quase-deusa
pero muy humana. Há certa
graciosidade na força e vice-versa, algo ainda não experimentado em outros
personagens do UCM, e esse, com certeza, é o maior ponto positivo do longa.
*Texto
por Bruno Carvalho
Trailer:
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