“Não me sinto abandonada, Sr Ledbetter
– Disse Ona. - Estou apenas navegando em águas desconhecidas”
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Trazemos
para vocês a resenha de UM MENINO EM UM
MILHÃO*, uma das melhores histórias já lidas esse ano que trata de assunto
como perda, superação, vida e recordes. Confiram:
Sobre a autora
Monica
Wood nasceu no Maine e herdou dos pais o gosto pela arte de contar histórias.
Seus hobbies são a observação de pássaros e a música – ela chegou a se
apresentar como cantora de jazz, country e gospel.
É
autora de When We Were the Kennedys: A Memoir from Mexico, Mainee do romance
Any Bitter Thing. Outras obras de ficção de sua autoria são Ernie’s Ark e My
Only Story, finalista do Kate Chopin Award. Seus textos já foram publicados em
O, The Oprah Magazine, The New York Times, Martha Stewart Living, Parade e
outros periódicos.
Atualmente,
vive com seu marido em Portland, Maine, e dedica-se integralmente à escrita.
Sobre o livro
Quinn
Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na
carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai
ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma
criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções.
Quando
o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de
escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante
lituana.
Quinn
assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta
ajudar Ona a obter o recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do
convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um
menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua
inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para
viver.
“Ona era ao mesmo tempo um fardo e
fardo nenhum. Um presente delicioso e um presente de grego. Vinha com dez
clausulas, e mais outras dez”
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Opinião
pessoal
UM GAROTO EM UM MILHÃO não é apenas um livro, mas um grande
aprendizado. Nele conseguimos enxergar o poder e influência que as pessoas têm
sobre nossas vidas – algumas vezes ruins, mas em grande parte boas.
Vemos
um pequeno menino com “manias” de
recordes, incentivando uma senhora centenária a dar um novo sentido a sua
existência. Um pai que aprende o valor
das relações humanas após perder o filho que ele nunca valorizou. Uma mãe que busca respostas para sua
perda e mesmo assim consegue ver o melhor das pessoas. E uma senhora de 104 anos que reaprende o poder do contato humano,
resgatando as melhores memórias de sua vida e a língua natal adormecia.
Impossível
não se apaixonar pela história.
Essa
é uma narrativa com muitos fatos, que exige do leitor uma reflexão a cada página,
deixando a leitura um pouco mais demorada do que de costume. Mas com certeza
vale a pena, pois vamos aprendendo lições únicas que marcam os personagens e o
leitor.
O “menino”
tem pouca participação direta na narrativa, mas é o elo principal para a
construção dela, despertando no leitor a aproximação com cada personagem – como
se fossemos seres onipresentes nos acontecimentos.
Diferente
de outras obras onde aguardamos o “final feliz”, neste livro buscamos saber o “depois”.
A morte do “menino” só foi o primeiro fato que trouxe todos os personagens a
interagir, mas é ela que desencadeia o que acontece na vida de cada um depois
da perda.
Muitos
autores temem escrever sobre esse tema, pois ele é polêmico e cheio de nuances.
Mas Monica Wood conseguiu retrata-lo sob dois olhares que são próximos e
distantes ao mesmo tempo – o pai e a senhora -, possibilitando lidar com a dor
e a perda sem afetar os acontecimentos.
Realmente
é um dos melhores livros que já li em 2017 e realmente sou grata por essa
oportunidade. Super recomento!
Título Nacional: Um
menino em um milhão
Título Original: The One in a Million Boy
Autora: Monica Wood
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Especificações: 352
páginas
ISBN: 9788580416930
Avaliação: ★★★★★
* Livro cortesia da
Editora Arqueiro
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