Margot
Robbie é aquela atriz camaleoa que definitivamente pendura a sua verdadeira
“eu” em um cabide antes de entrar em uma cena e incorpora um personagem.
Podemos considerar que em “EU, TONYA”,
Robbie mostrou todo o seu potencial como atriz e após sair do filme, entendi o
motivo por ela estar concorrendo ao prêmio de melhor atriz no Oscar 2018.
Definitivamente esse é o momento dela.
Tonya Harding começou a patinar aos
4 anos e desde o seu início em competições a garota se destacava das demais.
Ela tinha um dom e talvez a patinação artística não estava preparada para
admitir que ela era um gênio sobre uma lâmina.
A
garota enfrentou uma vida conturbada, uma família pobre, uma mãe agressiva. Com
a vida pessoal em constante explosão, tudo o que Tonya tinha era o seu momento
no gelo, ali ela era apenas o que fazia de melhor. O que a jovem menos esperava
era dominar as manchetes quando seu marido foi acusado de incapacitar uma das
suas rivais nas Olimpíadas de 1994.
O filme é uma verdadeira obra
biografia da patinadora – e tendem a ser um risco, já que os atores precisam
encarnar um personagem que existiu de verdade, desde a forma que eles falam,
andam, tiques e toda a sua personalidade. Margot Robbie agarrou essa
experiência com as duas mãos e interpretou, sem sombra de duvidas, a melhor
personagem de sua vida.
Dando
vida a todas as fases da patinadora, desde sua adolescência, até a sua vida
adulta, a atriz mostrou todas as nuances de uma vida em chamas, as agressões,
os problemas familiares, até os pequenos momentos de felicidade e glória de
Tonya. Ela foi mágica, retratando desde uma jovem dos anos 90, frustrada, que
corria atrás de um sonho, até uma mulher incompleta por ter o que amava tirado
dela.
Foi uma atuação absurda que merece
ser ovacionada até nos pequenos detalhes – como a forma que Tonya falava quando
usava aparelho, a frustração no dia do julgamento e a forma como ela se
encontrava 40 anos depois do escândalo – até os grandes momentos com a
recriação da melhor performance da patinadora no gelo.
Sebastian Stan também fez uma
atuação intensa, dando vida a um homem bipolar e abusivo, por vezes dócil e
apaixonado e por outras extremamente agressivo. Outra interpretação notável foi
a de Allison Janney, conhecida principalmente por seus papéis cômicos, que
representou a mãe de Tonya, carregando um pouco do seu humor – de uma forma
distorcida e sagaz – pautada com a personalidade de uma mulher exigente e
problemática.
O longa caminha por dois cenários, o
que o diferencia de muitos filmes biográficos, já que ele se inicia como um
“falso documentário”. Os personagens estão em uma entrevista, 40 anos depois do
ocorrido nas olimpíadas de 1994 e enquanto cada um dá o seu depoimento, as
cenas se voltam para o passado a fim de justificar os depoimentos e contar a
vida de Tonya desde a sua infância. Brincar com um documentário dentro de um
filme biográfico foi uma sacada incrível e arriscada, mas que funcionou muito
bem com roteiro de Steven Rogers e direção de Craig Gillespie.
Não satisfeita de apenas interpretar
o seus melhores papel, Margot Robbie também é uma das produtoras do filme.
O longa chega aos cinemas
brasileiros no dia 15 de fevereiro de 2018. Não perca a chance de assistir essa
obra incrível, com atuações impecáveis e uma recriação absurda de como se
contar uma história verídica em filme.
Eu, Tonya concorre nas seguintes
categorias no Oscar de 2018: Melhor
atriz (Margot Robbie), Melhor atriz coadjuvante (Allison Janney) e Melhor
edição.
Allison
Janney ganhou o Globo de ouro, Prêmio do sindicato de atores, Critics Choice
Award e o AACTA International Award de atriz coadjuvante, o que a torna uma das
prováveis escolhas para a estatueta de ouro.
* Texto por Ana Caroline
Moraes
Trailer:
1 Comentários
Há um discurso muito interessante sendo sustentado na atuação irretocável de Margot Robbie, de como os Estados Unidos rejeitaram Tonya Harding por pura vergonha. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Tambem recomendo assistir Dunkirk, adorei este filme, é um dos melhores filmes baseadas em fatos reais drama.A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção.
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