Quando recebemos a indicação da Netflix e assistimos o trailer, pensamos que a série seria completamente focada na vida de adolescentes em um mundo sem os pais. É a proposta inicial, mas acaba se aprofundando muito mais em uma causa sociológica e mostrando que adolescentes sabem mais do que imaginamos sobre política social.
Os trailer da série já bastou para as pessoas conectarem as semelhanças com grandes produções como a série Lost e com o livro “O Senhor das Moscas”. O shorunner Chris Keyser, comentou sobre as teorias de semelhanças da série com o livro e as outras séries baseadas nele, "Ao contrário da maioria das versões de O Senhor das Moscas, que são colocadas em algum tipo de deserto, a nossa acontece no coração da civilização. Então as perguntas não são o que eu vou comer e como vou encontrar abrigo", disse ele à Teen Vogue. "As perguntas são coisas como: quem faz as regras, como nos mantemos seguros umas das outras, como protegemos os mais fracos entre nós - quem é o dono das coisas ao nosso redor?".
The Society conta a história de um grupo de adolescentes que são transportados para uma cópia de sua cidade, mas sem a presença dos pais, crianças e idosos, depois de serem enviados para uma excursão, devido a um mal cheiro que dominou a cidade.
O fato de ser um mundo utópico apenas com adolescentes – ricos em sua maioria -, descobrindo como vão gerir a cidade, nos leva a esperar o momento de caos. Muitos carregam os maus exemplos que viram os pais cometerem, o que faz com que escolham dar um novo rumo para o novo local, já outros cometem os mesmo erros na ganancia de manter todo o dinheiro e poder a qual os pais nunca negaram.
Os adolescentes tem que enfrentar os próprios demônios, a soberba, hierarquia e entender que o poder do ensino médio acabou, ali todos precisam por a mão na massa para terem o que comer e construírem o local civilizado. As escolhas individuais de cada um acabam retratando muito da nossa sociedade, alguns escolhem o coletivo, enquanto outros ainda estão presos na individualidade de uma vida cheia de privilégios.
Os personagens recorrentes, Allie (Kathryn Newton), Cassandra (Rachel Keller), Harry (Alex Fitzalan), Will (Jacques Colimon), Becca (Gideon Adlon), Sam (Sean Berdy), Helena (Natasha Liu Bordizzo), Luke (Alex MacNicoll), Elle (Olivia DeJonge), Kelly (Kristine Froseth), Campbell (Toby Wallace), Grizz (Jack Mulhern), Jason (Emilio Garcia-Sanchez), Clark (Spencer House), Bean (Salena Qureshi) e Gordie (Jose Julian), tem que enfrentar os próprios demônios e lutarem para encontrar uma forma de sobreviver enquanto criam uma nova sociedade.
Os dez episódios são intrigantes e prendem os telespectadores, não apenas pelo mistério de onde estão que precisa ser solucionado, mas também pelas escolhas que o grupo decidi tomar, eles sempre estão a um passo de escolherem a opção errada e o caos se instaurar.
Acredito que a série veio em uma hora política muito oportuna, onde estamos vendo adolescentes se envolvendo em causas sociais e questionando os seus líderes. Acaba sendo uma lição sobre o quanto a ganancia pelo poder pode mudar alguém e trabalha outros temas importantes como igualdade de gênero, privilégios, violência contra mulheres, preconceitos, sexualidade, gravides na adolescência, entre outros.
Que comecem as teorias sobre o destino deles e de quem vai terminar vivo!
Ainda não tem confirmação sobre uma segunda temporada, mas
Trailer:
*Texto por Ana Caroline Moraes
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